sábado, março 31, 2007


Estou de férias, estou de férias e não se faz nada...nada, de nada, de nada...lol...
Adoro estas fases, quando estamos nas aulas e estupidamente ocupados a arrancar cabelos e insultarmonos mutuamente porque sim( é uma forma carinhosa que arranjámos para dizer aos nossos amigos e colegas e espécimes estudantis que nos rodeiam...epah!gosto de ti porra!...fenómenos...o.O) não podemos mais com a escola, estamos fartos de trabalhos e heis que surge a frase do ano "estou farta disto! preciso de férias!"...e cá estão elas, efectivamente....e que fazemos nos que tanto pedinchámos por elas? nada!!!!!!!
Ora vá-se lá perceber estes neurónios imparáveis sedentos de trabalho e equações para chegar ao final e ouvir dizer "Vanessa, lamento informar-te mas tens um problema..." "Tenho stôra?qual?!"..."É que a escala só vai até 20..." "Ah!!! pois...se calhar isso é um problema...ou então não...".
Gosto muito dos meus neurónios....o.O
Aqui vou ser felizzzzzzzzzzz! ---> momento estupidez ferial...lol

terça-feira, março 27, 2007


World...behold....I give you... MR. ROBIN WILLIAMS...bow before, THE MAN!
Great movie...it´s the kind of "rolling on the floor laughing"...o.O

segunda-feira, março 26, 2007

Pan's Labyrinth new international trailer


The fairy tale for those who´s eyes don´t see raibow anymore...enjoy...

terça-feira, março 20, 2007

Arroz do Céu, por José Rodrigues Miguéis


Ao longo dos passeios de Nova York, por sobre as estações e galerias do subway, abrem-se grandes respiradouros gradeados por onde cai de tudo: o sol e a chuva, o luar e a neve, luvas, lunetas e botões, papelada. chewing gum, tacões de sapatos de mulheres que ficam entalados, e até dinheiro. Às vezes, lá no fundo, no lixo acumulado ou em poças de água estagnada, brilham moedas de níquel e mesmo de prata. Os garotos ajoelham de nariz colado às grades, tentando lobrigar tesouros na obscuridade donde sopra um hálito húmido e oleoso e o cheiro dos freios queimados. Fazem prodígios de habilidade e obstinação para pescar as moedas perdidas. Alguns têm êxito nisso, mas depois engalfinham-se em disputas tremendas sobre a posse e a partilha do tesouro: nunca se sabe quem foi que viu primeiro.
Outros, quando a colheita promete, chegam a arriscar nisso algum capital: juntam as posses, e entram dois, é quanto basta, no subway; uma vez lá dentro. trepam sub-repticiamente aos respiradouros, o que é uma difícil operação de acrobacia, para colher aquele dinheiro-de-ninguém, enquanto um ou mais camaradas vigilantes os vão guiando cá de fora. Também os há que entram sem pagar, por entre as pernas da freguesia e agachando-se por baixo dos torniquetes.
O limpa-vias trabalhava há muitos anos no subway, sempre de olhos no chão. Uma toupeira, um rato dos canos. Picava papéis na ponta de um pau com um prego, e metia-os no saco. Varria milhões de pontas de cigarros, na maioria quase intactos, de fumadores impacientes, raspava das plataformas o chewing gum odioso, limpava as latrinas, espalhava desinfectantes, ajudava a pôr graxa nas calhas, polvilhava as vias de um pó branco e misterioso, e todas as vezes que o camarada da lanterna soltava um apito estrídulo – lá vem o comboio! – ele encolhia-se contra a parede negra, onde escorriam águas de infiltração, na estreita passagem de serviço. Até já tinha ajudado a recolher pedaços de cadáveres, de gente que se atirava para debaixo dos trens, e a transportar os corpos exangues de velhos que de repente se lembravam de morrer de ataque cardíaco, nas horas de maior ajuntamento, uns e outros perturbando o horário e provocando a curiosidade casual e momentânea dos passageiros apressados. Sempre de olhos no chão, bisonho e calado, como quem nada espera do Alto, e não esperava. A vida dele vinha toda do chão imundo e viscoso. Nem sequer olhava a lívida claridade que resvala dos respiradouros para o negrume interior, onde tremeluzem lâmpadas eléctricas, entre as pilastras inumeráveis daquela floresta subterrânea metalizada: nunca lhos tinham mandado limpar. Eram provavelmente o domínio exclusivo de operários especializados, membros de outro sindicato, que ele não conhecia. Nem talvez soubesse que existiam os respiradouros. Era estrangeiro, imigrante, como tanta gente. não brincara nem vadiara na voragem empolgante das ruas da grande cidade, e vivia perfeitamente resignado à sua obscuridade. Devia aquele emprego a um camarada que era membro dum clube onde mandavam homens de peso, mas ele de política não entendia nada, nem fazia perguntas. Como tinha nascido na Lituânia, ou talvez na Estónia, só falava em monossílabos; e, debaixo da pátina oleosa e negra que o ar do subway nela imprimira com o tempo. a sua face era incolor e a raça indistinta. Antes disso tinha trabalhado em escavações, um «toupeira». Este emprego era muito melhor, embora também fosse subterrâneo. E não tinha que falar o inglês, que mal entendia.
Ora, à esquina de certa rua, no Uptown, há uma igreja, a de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento, a todo o comprimento de cuja fachada barroca e cinzenta os respiradouros do subway formam uma longa plataforma de aço arrendado. Os casamentos são frequentes, ali, por ser chique a paróquia e imponente a igreja. O arroz chove às cabazadas em cima dos noivos, à saída da cerimónia, num grande estrago de alegria. Metade dele some-se logo pelas grelhas dos respiradouros, outra parte fica espalhada nas placas de cimento do passeio. Depois dos casamentos, o sacristão ou porteiro da igreja, de cigarro ao canto da boca, varre o arroz para dentro das grades, por comodidade. Provavelmente é irlandês, o arroz não lhe interessa, nem se ocupa de pombos: pombos é lá com os italianos, que, apesar de se dizerem católicos, são uma espécie de pagãos. O que se derramou no pavimento da rua, lá fica: é com os varredores municipais.
Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. E um desperdício de arroz, não sei donde vem o costume: talvez seja um prenúncio votivo de abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos» (como arroz). A gente pára a olhar, e tem vontade de perguntar: «A como está hoje o arroz de primeira cá na freguesia?»
Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala no plano inclinado do respiradouro, e, se mão adere à sujidade pegajosa ou ao chewing gum (o bairro é pouco dado a mastigar o chicle), ressalta para dentro do subterrâneo, numa estreita passagem de serviço vedada aos passageiros.
A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que viria tanto arroz? Intrigado, ergueu os olhos pela primeira vez para o Alto, e avistou a vaga luz de masmorra que escorria da parede. Mas o respiradouro, se bem me compreendem, obliquava como uma chaminé, e a grade, ela própria, ficava-lhe invisível do interior. Era dali, com certeza, que caía o arroz, como as moedas, a poeira, a água da chuva e o resto. O limpa-vias encolheu os ombros, sem entender. Desconhecia os ritos e as elegâncias. No casamento dele não tinha havido arroz de qualidade nenhuma, nem cru, nem doce, nem de galinha.
Até que um dia, depois de olhar em roda, não andasse alguém a espiá-lo, abaixou-se, ajuntou os bagos com a mão, num montículo, e encheu com eles um bolso do macaco. Chegado a casa, a mulher cruzou as mãos de assombro: alvo, carolino, de primeira! Dias depois, sempre sozinho, varreu o arroz para dentro de um cartucho que apanhara abandonado num cesto de lixo da estação, e levou-o para casa. Pobres, aquela fartura de arroz enchia-lhes a barriga, a ele, à patroa e aos seis ou sete filhos. Ela habituou-se, e às vezes dizia-lhe: «Vê lá se hoje há arroz, acabou-se-nos o que tínhamos em casa.» Confiada naquele remedeio de vida!
O limpa-vias nunca perguntou donde é que chovia tanto grão, sobretudo no bom tempo, pelo Verão, e aos domingos, que até parecia uma colheita regular. Embrulhava-o num jornal ou metia-o num cartucho, e assim o levava à família. Ignorando que lá em cima era a Igreja de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento, e como tal de bom-tom, não sabia a que atribuir o fenómeno. Pelo lado da raiz, no subway, os palácios, os casebres e os templos não se distinguem.
E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira, acabou por lhe dar a noção concreta de uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a chuva, a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão pobre e calado, e mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada. Guardou segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece. Resignou-se a ser o objecto da vontade misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher. Arroz do Céu...
O Céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam.


É o único texto da infância de que me recordo com muita saudade, foi o 1º texto a tocar-me como pessoa, como ser, como algo inteligivel.

Simply enjoy...

segunda-feira, março 19, 2007

Tenacious D - F@#K You Genlty

Desculpem-me os mais sensiveis mas este video é tao verdadeiro...lol...e lembra-me bons velhos tempos...o video...tempos de "ah e tal...olha...ainda tenho uma tampa...o.O"...lolol...enjoy


Foi, efectivamente, um fim-de-semana muito parvo...o.O

domingo, março 18, 2007


Claustros que segredos sibilantes ocultam deleitam o meu ser literário surpreso por um mestre deitado...

Fui aos claustros dos Jerónimos pela primeira vez e devo dizer que me senti num mundo élfico algures perdido na paisagem urbana. Tão bem guardados e sossegados que só me apercebi que estava rodeada de ferro e betão quando me aproximei de uma das janelas recortadas a mãos calejadas de talento.

I´ve left a penny in the magical fountain... Let it come true...

sábado, março 10, 2007


Ela estava vazia. Ele esgotara-a. Sabera como se sente alguém que nada vê, nada sente, porque não pode sentir, porque nada tem para sentir, porque deu tudo o que sentia e em troca, só o vazio... o vazio ficou, ela estava, está vazia. Soube que quando as lágrimas lhe corriam inconscientemente dos olhos alagados de verde, azul, cinzento e dor, e que o tinha exactamente a seu lado a sentir a sua mágoa e, contudo, sem nada fazer, a não ser dormir serenamente, que o vazio ficara. Tudo o mais não importava, importou algures, talvez...agora, nada. Só, e sempre, o vazio, que a fazia sentir vazia.

quinta-feira, março 08, 2007


Ah pah! Viagens de finalistas, projectos multidisciplinares inacabados depois do prazo de entrega, reportagens por editar, testes para rever matéria e "stôres" a jogar ping-pong com alunos...sim, parece mesmo o 2ºMódulo!!! E pronto, é a única coisa que pronunciarei sobre isto porque senão vou-me esticar e eu até nem ando a comer elásticos...o.O
Descobri que a RTP me faz chorar, descobri que gosto da reencarnação do Freddie bloody Mercury, ando apaixonadérrima, aliás! Sr.Mika é um senhor! Grandes agudos, ouvidos para que vos quero...
Já agora, o golpe da menina TVI de ontem para com a Sr. D. Madame RTP foi muito nasty...e estupidamente falhado. Hoje perguntaram-me se o jornalismo ainda tem futuro...ora vamos a ver, eu estou a tirar o curso de jornalismo, ora eu quero ser jornalista e tenho as ilusões todas caracteristicos de sangue novo e quente na guelra...eu não quero saber se o jornalismo tem ou não futuro, para mim e comigo gosto de acreditar que sim. Aliás, eu nunca me meto em nada se não for para, simplesmente, marcar a diferença.


Post Scriptum - Desculpem-me os humildes comodistas...

quarta-feira, março 07, 2007

Hugh Laurie - Mystery

Oh so he is really like this...not only in House...o.O...

terça-feira, março 06, 2007


Às vezes sou o Deus que trago em mim
E então eu sou o Deus e o crente e a prece
E a imagem de marfim
Em que esse deus se esquece.

Às vezes não sou mais do que um ateu
Desse deus meu que eu sou quando me exalto.
Olho em mim todo um céu
E é um mero oco céu alto.


Fernando Pessoa