quinta-feira, junho 26, 2008




Parece um murro no estômago. Parece que alguém nos empurrou para o chão, que o sorriso que tinhamos se transformou em seriedade numa fracção de segundo. Sabemos que os amigos são importantes, pensamos que sabemos o quanto, mas não. Nunca temos a certeza do quanto até algo mais austero se passar. Há uma sensação indescritível do que sentimos quando vemos alguém demasiado próximo nas maleitas corporais e espirituais de uma condição médica inesperada. Dá vontade de largar tudo, dá vontade de correr e espremer todos os momentos, mesmo sabendo que vai ficar tudo bem, ou mesmo não sabendo, porque isto não é um filme da Disney e não há finais felizes que cheguem para todos. Sempre soube ser positivista, "always look on the bright side of life" girl. Mas temo, o dia em que o tapete me seja tirado, o dia em que a vida não vai ter um lado bom, o dia que souber que pessoas que já deixaram de ser simplesmente pessoas , e que passaram a ser peças de um puzzle que sou eu, não estão cá. Não é drama, não é (só) de morte que falo, porque não é preciso morrer para deixarmos de existir ou para perdermos um pedaço de nós que tem nome, cara, olhos, sorriso, e do qual, também nós, nos tornámos pedaço. Sei que o amor que sinto é tremendo, é assustador. Sei que por quem o distribuo não se assusta com ele, aceita-o, pede-o, precisa-o, trata-o, alimenta-o. O pensamento vai longo, como todos os outros, e tanta coisa para dizer que te amo, que te admiro e te preciso. Foi um golpe, não te vou mentir ou usar eufemismos, senti-me pequena e frágil, de te sentir e saber assim, frágil também. Não concebo a ideia de te ver mal, porque do espírito curo-te eu, mas para o físico precisas de me dar, pelo menos seis anos. Não sei como seremos daqui a uma década, mas saber-te-ei comigo, onde quer que seja.

Declaração a M., a minha alma companheira.

5 comentários:

Thiago disse...

A pequena M precisa agora do nosso apoio.

Porque no fundo so ela pode curar a maleita fisica e nós apoiamos a espiritual.

Ergue-te moça com um sorriso, porque se te fores abaixo vais me preocupar a mim, a todos os que te rodeiam e principalmente a M, que tb ficará preocupada pela tua saúde.


Beijos Kaoro-dono *******

Kátia disse...

"porque não é preciso morrer para deixarmos de existir ou para perdermos um pedaço de nós que tem nome, cara, olhos, sorriso, e do qual, também nós, nos tornámos pedaço."

Hoje,por uma fração de hora me peguei assim,conforme a citação acima.

Mas...

Olha lá,a menina japonaise sofre ?Dar-te-ei as mãos neste momento...não é preciso dizer nada.Fiquemos em silêncio,silêncio absoluto.Vamos pensar em algo bonito agora...não é preciso falar nada...pensou?Vamos lembrar em algo que queremos jogar fora...transforme o que lembrou numa folha de papel riscada...agora amasse-a e jogue fora...jogou?Respire...escute o ar entrando em seus pulmões.Inspire...solte esse gás carbônico que deteriora por dentro...respira,respira.Agora pensa em M....................
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pensa mais......................
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.................................pensa forte......................
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..................pode sorrir se quiser..........................
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...................pode chorar se a lágrima insistir em cair........
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................................
Inspira......respira.....solta o ar......respira.................
e lembra-te das suas palavras:
"Sei que o amor que sinto é tremendo, é assustador. Sei que por quem o distribuo não se assusta com ele, aceita-o, pede-o, precisa-o, trata-o, alimenta-o."

O Amor que você dá,volta para si.Alimente esse Amor,com suavidade...seja o que for que esteja acontecendo,vai ficar tudo bem.
Dorme pequena,dorme agora.Fecha os olhos nem que seja por alguns minutos e sente,sente que as minhas palavras agora transformaram-se em minha vera pessoa ao teu lado a fazer silêncio em solidariedade a ti.

Beijo,beijo,beijo****

Kátia disse...

Ainda em silêncio,adentro o teu espaço,sopro um desejo bom e retiro-me na certeza de que já o recebeste.
:)

Maria disse...

Acho que as lutas são feitas à nossa medida. And hell, tenho gostado de ter vencido estas todas... mais uma para a lista pessoal de conquistas. ;)

E mesmo quando for de vez, tenho a certeza de que vou com um sorriso no canto da boca por me ter permitido respeitar ao máximo, aos outros... e ter-me permitido também ter feito o que quis... sem ter receio de falhar.

Falhando por falhar... falhemos então melhor.

E estes puxões de tapete debaixo dos pés são combustível.


E tu também és.

***

Anónimo disse...

Vim esconder o meu OLá...um pouco triste pois vi pela primeira vez Jorge Palma, e o homem estava numa dele...isto é com algumas latas da cerveja patrocinadora nos queixos...

Mas outros concertos virão...

E as férias?espero que estejam a correr bem...

beijos...***