No caderno negro da Moleskine da saga mais nerd da história da humanidade escreveu as últimas palavras que lhe iam no espírito relativamente ao ano que estava quase a cessar a sua existência. Dois mil e doze tinha sido demasiado intenso e precisava de extravasar todos os altos e baixos, pesar ambos os lados da balança e perceber que apesar do saldo apontar para negativo, o desfecho avistava o oposto. O caderno de páginas de papel reciclado com o seu tom característico amarelado era agora tingido de negro com dedos velozes, só queria pôr os factos em papel, olhar para eles uma última vez e fazer o exercício mental de que "Este capítulo fechou-se. Acabou. Não há mais espaço para mágoas, remorsos ou incertezas." Tudo acabara por correr e ficar bem, pelo menos o ano permitiu-lhe sentir e ver isso. Por entre os acontecimentos que ela achava terem sido erróneos mais de metade tinham-se revelado experiências enriquecedoras e com finais felizes, tudo para adicionar à sempre aprendiz e voraz alma.
Leu o texto em voz alta, a língua mãe não era praticada tanto quanto ela gostaria devido à situação geográfica, mas, mesmo assim, achou que ainda não tinha perdido o "jeito". Olhou para as páginas agora cheias de letras de cunho próprio e fechou o caderno.
Inspirou o silencio do quarto de janelas largas e solarengo e sorriu.
Feliz Ano Novo.
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