sábado, novembro 26, 2011



"No fundo somos todos meros reflexos das pessoas que nos rodeiam, das pessoas com quem nos preocupamos, que detêm importancia para nós, que nos prendem ao lugar, que nos fazem entregar por completo de cabeça, carne, emoção e alma, que nos fazem sermos melhores hoje do que eramos ontem, somos meros reflexos do seu melhor, retiramos todas as nossas máscaras a seu redor, desligamos todas as nossas defesas, esquecemos todas as ilusões, somos reais, não sonhos, nem imaginários, somos momentos de mera reflexão, existencia e paixão, existindo no reflexo uns dos outros em completa devoção..

No fundo, não sei se me conheces, reconheces, se me queres até conhecer, somos meras almas a percorrer trajectos paralelos, em caminhos diferentes mas com o mesmo destino. O que me deixa com este pensamento singular, será que estas pegadas na areia que sigo são as tuas, será que caminhaste este mesmo caminho que eu agora percorro? Estarás tu á minha frente, meros passos ou centenas de metros? Sei, confesso, sou confuso, sou um turbilhão, tsunami autentico de emoção, sou simplicidade em toda a sua complexidade, sou metade de ti, sou identico, reflexo, anexo, não persisto, meramente existo, não sou muito, sou mera sombra que vive na tua luz, mero sonho na tua realidade, sou o enxugar das tuas lágrimas, beijo de motivação, bater irregular do coração, não sei se me conheces, mas sou meramente eu .. e vivo nos teus paralelos .."

( Paralelos by J. Ramalho )




sexta-feira, novembro 18, 2011


Percorrem as mãos de pontas de dedos frios a pele quente, sempre quente, rubra de rosa em pele de alabasto. O peito abunda de movimentos menos espaçados e a seda do kimono nota-se fluir entre a curvatura perfeita do peito pálido que ela conserva. As mãos procuram-se e encontram-se por entre o percorrer das linhas que não são rectas, delineando as suas silhuetas entre a luz da lamparina tremeluzente e o papel de arroz minuciosamente encaixado nos quadrados negros das Sakuras. O cabelo dela flui-lhe nas costas pintadas de marcas rouge causadas pelas unhas plenas de desejo dele, fingem saber controlar as mãos que as assiste, mas tudo se esfuma aquando do toque de seda contra a sua pele que já sentiu inúmeros invernos. O incenso arde no pequeno queimador negro e espalha o seu cheiro inebriantre nos sentidos das almas amantes que se perdem em cima do tatami de bambu. Tudo é extremo, tudo é extrapolado, sentido, visto, cheirado, saboreado pelas almas que juraram eternidade. Não é o encontro, mas o acabar de que lhe causa pequenos cortes de papel no espírito, a necessidade inerente de partir, o sentimento de que tudo é efémero e vulgar. Ele puxa-a para o tronco forte dele mais uma vez, agarra-lhe o cabelo que nasce no fundo pálido da nuca e prova-lhe os lábios uma vez mais, uma última vez antes de ter de abrir os olhos para algo que não são os seus olhos cor de chuva. Ela geme de prazer, paixão, Amor e morde o lábio quando as testas se juntam em trocas de segredos desnecessários para o âmago partilhado. Ele olha-a como se quisesse manter aquela imagem imortalizada para todo o sempre nas suas retinas imensas de verde, quieta, frágil, despida de um corpo que escolheu apenas para partilhar com ele. Ele solta-lhe as mãos e recebe-lhe a face delicada entre as mãos enquanto lhe rouba o último beijo e parte por entre o meio da escuridão enquanto ela morde o lábio carnudo, esconde uma lágrima debaixo do dedo indicador e o sentimento que a deixa completamente impotente, o de lhe sentir falta...tamta, tanta falta...

quinta-feira, novembro 10, 2011


You don´t have a soul, you are a soul. What you have is a body.








Tu és o livro aberto da capa que sou eu. Toda uma existência para culminar em nós, com a indubitávelmente certeza de que pertenço, que me pertences. Nascer na mesma era, percorrer os mesmos caminhos, as mesmas pedras da calçada, os mesmo cortes, as mesmas brechas...tudo se espelha no lago que somos nós onde a quietude nos abrange e onde o nosso Amor é eternizado nos nossos cordões de prata.



"...perfection isn´t something that is flawless...perfection is something that despite being flawed, continues to hold the exact unique beauty that it did when it was flawless..." 
by Alastair Black

terça-feira, novembro 08, 2011





"essa é sem duvida a ideia com que eu fico ao olhar para nós do outro lado do espelho, quando me afasto e olho para nós como um todo, temos os mesmos sentimentos, falhas, cortes, imperfeições, complementamo-nos da melhor maneira possivel, encaixamos um no outro, tapamos e remendamos as falhas um do outro, e amamo-nos tanto mas tanto...somos uma estatua que foi feita em duas peças, que juntas se tornam uma obra prima..." by Jared Scott