terça-feira, julho 29, 2008




Estar longe de Lisboa é um paradoxo. É estar longe de mim e cada vez mais perto. Lisboa faz parte do meu corpo, da minha carne, do meu sangue. Corre-me nas veias e provoca-me arrepios de beleza, porque ela é, linda. Tenho saudades delas, mas estar longe dela lembra-me o quanto eu quero o mundo mais e mais. Peniche é pequena e bonita. Humilde e transparente, tal como a sua gente, e resgatou-me no seu regaço quente e tocou a minha cara cansada e fê-la nova outra vez. O meu espírito volta com um peito arfante de tanto respirar o ar dos pinheiros bravos da serra e de sujar as mãos na terra genuína de um pomar. Lisboa é já amanhã e a saudade fica ainda sem existir.
Estou cá com a minha menina dos olhos de cristal, aquela que a minha alma acolhe à mais tempo (mais de dez anos) e a quem chamo sem dúvidas de minha mana, minha irmã, porque ela é muito, mas muito mais que uma amiga. Amo-a de paixão e não tenho a menor dúvida que no meu peito há já um santuário com o nome dela, a minha Lara. Obrigada por tudo meu amor, minha linda.

Post Scritpum - Mais momentos de parvoíce "ferial"...


sexta-feira, julho 25, 2008



The greatest thing you´ll ever learn, is just to love, and be loved in return.




terça-feira, julho 22, 2008




Os silêncios prolongam-se, aqui. A vida fora dos zeros e uns propaga-se a uma velocidade assustadora. As noites com o meu Topsius parecem ser cada vez mais deliciosas, a simplicidade da noite arrebata-nos as mentes brilhantes e transporta-as para patamares mais elevados. Gosto tanto dele, numa conversa tardia na varanda maravilha, chagámos à conclusão que o que temos é tão único e já ultrapassou o terreno há tanto tempo. É óptimo rodearmo-nos de quem amamos.
O sábado foi no Meco, almoço com a família da minha elfa de olhos negros, miss V., rimo-nos tanto, conversámos tanto, comemos tão bem que nem nos apetecia vir embora. Fomo-nos embora na promessa de nos vermos amanhã para a noite encantada. Sintra chegou-nos aos pulmões e eu viajei para o meu mundo encantado de caminhos inexplorados e momentos tocados de silêncios. Perdemo-nos por entre as árvores de caminhos proibidos, perscutámos os medos, o escuro, tudo.
Descemos a estrada assombrada e jantámos no café da vila, o vinho delicioso, as entradas e os pratos de lambusar os mais educados dedos, a torta de laranja e os cappuccinos com bombom no final. As quebras de luz a meio do jantar, o café del mar a passar por trás e a cigarrilha puxada ao canto da boca. Gosto demasiado de me sentir assim, já lá vai o tempo em que me assustava com este sentimento de pertencer a algo, a alguém. O verão prometeu, o verão cumpre e está a cumprir. Los VaVaMaJo estão juntos de novo e isso sente-se no ar, no som, no tacto, no paladar, nos electrodos que percorrem a espinha e me dizem "perfeito", simplesmente perfeito.
Aventuras infinitas no vale encantado que são as nossas almas. Inté.




terça-feira, julho 15, 2008




In “Capitalismo e Globalização”

Quando Karl Marx formulou as teorias sobre o capital não imaginou as voltas que o mundo lhes iria dar. Por exemplo: estaria ele de acordo com esta concepção a que chamaremos simplificadamente de capitalismo ideal?

Você tem duas vacas.
Vende uma e compra um boi.
Multiplicam-se e a economia cresce.
Você vende a manada e fica rico.
Aposenta-se.

Talvez concordasse desde que todos pudessem fazer o mesmo, digo eu. Mas actualmente, com a globalização e as adaptações às culturas regionais dos vários países e regiões, será que se mantinha a bondade e a pureza conceptual acima expressas? É um estudo sociológico e económico interessante... Testemos pois, aplicando a situação da posse da parelha bovina a casos concretos. Comecemos - obrigatoriamente, claro está - pelo capitalismo americano:

Você tem duas vacas.
Vende uma.
Força a outra a produzir o leite de quatro vacas.
Fica surpreendido quando ela morre.

Capitalismo japonês:
Você tem duas vacas.
Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam vinte vezes mais leite.
Cria desenhos de vaquinhas chamados VAQUIMON e vende-os para o mundo inteiro.

Capitalismo inglês:
Você tem duas vacas.
Ambas são loucas.
Capitalismo holandês:
Você tem duas vacas.
Elas vivem juntas em União de Facto, não gostam de bois e estão no seu direito.

Capitalismo alemão:
Você tem duas vacas.
Elas produzem leite regularmente segundo padrões de quantidade e horário previamente estabelecidos, de forma precisa e lucrativa.
Porém, o que você queria mesmo era criar porcos.

Capitalismo russo:
Você tem duas vacas.
Conta-as e vê que tem cinco.
Conta de novo e vê que tem quarenta e duas.
Torna a contar e verifica que afinal só tem doze.
Pára de contar e abre outra garrafa de vodka.

Capitalismo suiço:
Você tem quinhentas vacas mas nenhuma é sua.
Cobra uma comissão para tomar conta delas.

Capitalismo espanhol:
Você tem duas vacas.
Tem muito orgulho nelas.

Capitalismo indiano:
Você tem duas vacas.
Ai de quem tocar nelas...

Capitalismo brasileiro:
Você tem duas vacas.
Reclama porque a manada não cresce.

Capitalismo português:
Você tem duas vacas.
Uma delas é roubada por alguém - até hoje não se sabe quem.
O Governo cria o IVVA - Imposto de Valor Vaccum Acrescentado.
É multado por um fiscal porque, embora você tenha pago o IVVA, o valor de cálculo era o número presumido de vacas e não o número real.
O Ministério das Finanças através de dados presumidos do seu consumo de leite, leite, sapatos de couro e botões presume que você tem duzentas vacas.
Para se livrar do sarilho oferece a vaca que lhe resta ao inspector das Finanças para que ele feche os olhos e dê um jeitinho...

Por ocasião de um trabalho de Ciências da Comunicação:

A idéia de capitalismo é genial, é deveras genial, Mas lá está, a teoria, a prática. Num capitalismo ideal todos teriam a sua “vaca” e ela produziria precisamente o necessário para que cada um de nós vivesse bem e feliz. Contudo, há sempre alguém que se acha mais esperto que o sistema. O capitalismo em si é uma máquina, dinheiro gera dinheiro e não há nada que a humanidade aprecie mais do que dinheiro. Dinheiro é símbolo de poder e é no poder que todos queremos estar. Ora veja-se, o mundo é regido por chefes de estado ( ou pseudo-chefes de estado, como o Bush). Temos países pobres, países remediados e depois temos os G8, as potências mundiais que retêm os valores líquidos mais cobiçados pelo PIB. Num panorama perfeito, o capital estaria bem distribuído e não haveria diferença de classes, como acreditava Marx, numa sociedade livre de classes e munida de igualdade entre os homens. Depois algo aconteceu, quando parecia que caminhávamos para uma rota preterida heis que surge o génio do mal do século XX, Hitler. Voltando um pouco atrás, vejamos, foi quando rebentou a loucura de Hitler na sua conquista pelo mundo que o mesmo se começou a “afundar”. A economia dependia quase toda dos passos de Hitler, e a guerra despoletada gerou grandes ascenções e riquezas, como é o caso dos Estados Unidos da América, que ganhou bens através da venda de armamento e mantimentos para uma Europa mutilada. Boltanski, na sua crítica anti-capitalista pretendia alertar, abrir os olhos a uma sociedade onde primava a burguesia e onde o povo, a classe operária, matava-se a trabalhar por uma riqueza que nunca veriam, já que essa riqueza era sugada pelos patrões e políticos corruptos. É claro que este tema leva, mais uma vez, ao maior problema da humanidade, o egoísmo. Podíamos ser todos felizes e iguais a todos os níveis? Podíamos! Isso acontece? É óbvio que não! Porquê? Porque vai haver sempre alguém, algures que se achará mais esperto que o vizinho e enriquecerá às suas custas. Deparamo-nos com uma a crítica social, desenvolvida pelo movimento operário tradicional, que denuncia a exploração dos trabalhadores, a miséria das classes dominadas, e o egoísmo da oligarquia burguesa que confisca os frutos do progresso, a crítica artistíca, apoiada em valores e opções de base do capitalismo, e que denuncia, em nome da liberdade, um sistema que produz alienação e opressão. Acho que devia haver um novo mote “mi casa, su casa” – “mi vaca, su vaca”. Talvez assim todos bebêssemos a mesma quantidade de “leite”.

By, Vanessa Lourenço.



segunda-feira, julho 14, 2008

Ai caraças que as férias chegaram!




Oficialmente de férias, é, diz que sim! ALELUIA! The angels sing...
Tenho todo o tempo do mundo até Outubro para fazer o que me apetecer e muito mais. Desfrutar das maravilhas do fazer nenhum ao fazer porra nenhuma, oh o deleite, a magia, o verdadeiro sentimento de liberdade estudantil. Raptada para a torre de marfim de sete andares nos lados de quem quer luz (haha! genial...inside dry joke) fui ver deleitada a menina dos caracóis, acompanhada pela minha "morfina" e o meu Topsius, reunião de almas velhas, sábias e geniais. Bolachinhas de chocolate e morango, bolo, suminhos e demasiada gargalhada. Jantar no Evareste, um nepalês refundido na grande alface, caril de borrego é de nos fazer sentir orgasmos a cada garfada. Noites longas de teorias da conspiração, cartões de gps errados, cigarrinho no canto da boca, verde fresquinho e rosé, karaoke, old movies e histórias de terror. Fazem-se planos para noites místicas no bréu de Sintra e na casa antiga do norte de volta da lareira de pedra que nos aguarda. A carrinha dos 70´s a ser comprada para as nossas road trips e as falésias às quais roubaremos o luar e o brilho das estrelas, torná-los-emos nossos e eternos. Descobri que o descanso faz maravilhas, já me tinha esquecido como era respirar de alívio de tanto coisa ao mesmo tempo. Percebi que não estou bem, estou óptima, que estou bem onde e como estou e que tudo o que me falta já o tenho. Duran Duran, Beck e Mika estavam deliciosos ao vivo, eu fui, para além do Rock in Rio, ao Super Bock Super Rock e foi mais um autocolante para colar na história da minha vida. Vou buscar mais autocolantes e já volto.

Post Scriptum - Ouvi à muito pouco tempo e relembrou-me que gostava dela...enjoy...


segunda-feira, julho 07, 2008




"Mas que raio tens tu?! Já nem das piadas secas te rir..."..."Vais-me responder ou não?!"..."Pronto, já vi que estás de telha!!! Caraças da miúda!!!".
Já fazia algum tempo que ela se mantinha assim, quieta, controlada, contra-natura a si mesma. Estranham-na os amigos, os companheiros de alma e parvoíces eternas. Das noites quentes de pés descalços no asfalto, de relvas orvalhadas nos "castelos" dos príncipes agora da Bretanha. Do som dos espanta-espíritos na varanda perfeita, da sangria deleitada no sol da tarde que se prolonga em risos e nostalgias contagiantes. Das noites despreocupadas de férias em parques infantis a baloiçar para a Lua, a mandar-lhe beijos, a rir como uma criança e a deixar voar os cabelos soltos e longos na brisa que nos lambe o corpo húmido dos 33º às 5h da manhã.
Andava triste, ria sim, contava uma ou outra piada, deixava-se levar pelos volumes nos jantares de companhias antigas, beijava os seus amores e mordia o lábio num sorriso maroto de quem a fez ou está para fazer. Mas sentia a falta dela, e lembrava-se de momentos a momentos como estaria a sua menina nas terras da pseudo-África portuguesa. Gosta dela sim, mesmo muito e demasiado. Hoje soube que amanhã a princesa de cachos acobreados volta à sua torre de marfim, perfumada pelo côco característico e pelos chás de sabores adocicados pela imaginação.
Já recebi o convite real para os seus aposentos mágicos e resta-me escolher o meu melhor vestido, as minhas melhores sandálias, soltar os caracóis que nos caracterizam e pôr o meu melhor sorriso de quem diz "senti tanto a tua falta que me acho no direito de pedir o pedaço que levaste de mim de volta". As piadas já soam a gargalhada, os olhos já se desenham "anime" de tanto rirem e os braços abraçam as barrigas doridas do riso contagiante. Levo-te um presente, o que é teu por direito e eterno de saber, o meu gigantesco amor por ti. Até já minha querida M.




So, there is this feeling that this song ilustrates perfectly...and I just wanted to share it with the ones I "call" and that "call" me when ever we´re down...

Post Scriptum - Estou a um dia das férias...daqui a Outubro o Verão pertence-me, nos...enjoy...

quarta-feira, julho 02, 2008




Doi-me os dentes. São os cisos...juízo? Já o tenho...falta-me algum, mas esse vem com o tempo, é da idade. Tenho outra dor, um incerteza, uma preocupação constante que me corrói o âmago...a minha M. Ainda há espera de a saber bem, realmente bem e não numa cama de um lugar comum e público, privada do seu mundo, a olhar para o "conta-gotas" que a tem mantido saudável. Sinto-me estranha nesta incerteza, não sabia o que era isto até então...espero que passe, que vá embora, muito muito depressa.