segunda-feira, julho 07, 2008




"Mas que raio tens tu?! Já nem das piadas secas te rir..."..."Vais-me responder ou não?!"..."Pronto, já vi que estás de telha!!! Caraças da miúda!!!".
Já fazia algum tempo que ela se mantinha assim, quieta, controlada, contra-natura a si mesma. Estranham-na os amigos, os companheiros de alma e parvoíces eternas. Das noites quentes de pés descalços no asfalto, de relvas orvalhadas nos "castelos" dos príncipes agora da Bretanha. Do som dos espanta-espíritos na varanda perfeita, da sangria deleitada no sol da tarde que se prolonga em risos e nostalgias contagiantes. Das noites despreocupadas de férias em parques infantis a baloiçar para a Lua, a mandar-lhe beijos, a rir como uma criança e a deixar voar os cabelos soltos e longos na brisa que nos lambe o corpo húmido dos 33º às 5h da manhã.
Andava triste, ria sim, contava uma ou outra piada, deixava-se levar pelos volumes nos jantares de companhias antigas, beijava os seus amores e mordia o lábio num sorriso maroto de quem a fez ou está para fazer. Mas sentia a falta dela, e lembrava-se de momentos a momentos como estaria a sua menina nas terras da pseudo-África portuguesa. Gosta dela sim, mesmo muito e demasiado. Hoje soube que amanhã a princesa de cachos acobreados volta à sua torre de marfim, perfumada pelo côco característico e pelos chás de sabores adocicados pela imaginação.
Já recebi o convite real para os seus aposentos mágicos e resta-me escolher o meu melhor vestido, as minhas melhores sandálias, soltar os caracóis que nos caracterizam e pôr o meu melhor sorriso de quem diz "senti tanto a tua falta que me acho no direito de pedir o pedaço que levaste de mim de volta". As piadas já soam a gargalhada, os olhos já se desenham "anime" de tanto rirem e os braços abraçam as barrigas doridas do riso contagiante. Levo-te um presente, o que é teu por direito e eterno de saber, o meu gigantesco amor por ti. Até já minha querida M.


2 comentários:

Maria disse...

*suspiro longooooo*

Acho que podia escrever-te um manuscrito do tamanho da Bíblia. Espera, muito maior... e mesmo assim ficaria sempre mas sempre muito por dizer.

Como o facto de me entenderes tão bem, de me acarinhares e de me aceitares tal qual eu sou e gostares assim de mim... e saber que é tudo, foi e será tão estranhamente natural que quase nem parece natural.

Ao fim de quase um ano, sinto que vivi uma vida imensa contigo, convosco (é sempre complicado dissociar-nos um dos outros :))... quase não me lembro de como era antes... e continuo a ter uma vontade imensa em declarar em fazer ver a todos que também se ama os amigos de forma incondicional, tal como te amo a ti.

Cada vez mais forte. Sempre. Como tu.


***

Kátia disse...

Eu só espero que M. esteja bem e tu no mesmo patamar.
Os escritos taciturnos acentuam-se e isso não é bom.
Vai passar,logo...
Beijo leve**