O último fôlego do 1ºmódulo dá a sua cara. Não tenho tempo para nada, só para de vez em quando sair do meu estado sorumbático de workahoolic, que eu detesto, e me lembrar que tenho de comer, respirar e viver, assim como falar, com pessoas...o.O...
Trabalhos de cérebro espremido, entrevistas marcadas dia sim dia não que duram ao ponto de o relógio bater um novo dia, maus humores e falta, muita falta de sono.
A minha recompensa inesperada adiantada, um fim-de-semana frio e de sol dissimulado, por terras de costa do oeste, a minha costa vicentina. Um destino, até então desconhecido, a terra do pessegueiro mais conhecido da história lusitana, Porto Côvo e a mítica Ilha do Pessegueiro. A hospitalidade dos desconhecidos que nos fazem sorrir, um quarto quente e aconchegado por cortinas vermelhas e lençois lavados, mantas e aquecedores, um pequeno-almoço com lareira e croissants quentes com leite acabado de ferver, o gato que miava de fora da janela, a piscina gelada, a paisagem muda de beleza, as planicies e o forte abandonado que ousamos invadir. O momento, todo um momento de perfeição ilusória já que a mesma não existe, mas para nós, ali existiu, na sua maior simplicidade, sem fórmulas ou rótulos, só nós de pele descoberta debaixo de um tecto inclinado, motivo de inveja de deuses, que nos espiam do seu alto Olimpo.
A realidade voltou com Lisboa, mas a minha velha linda menina faz-me sempre sorrir, e hoje no regresso a casa, no meio do nevoeiro cerrado que nem o fim da rua me deixava ver eu vi, o meu sorriso coberto de um ar frio e cinzento que me lembrou porque tenho os olhos reluzentes no meio do nevoeiro, o frio chegou, o inverno pertence-me...
5 comentários:
porto côvo?!?
tem algo de especial, visitei já varias vezes, não fiquei num quarto mas sim na roulote, como sempre !!!
esses olhos bem que devem brilhar no nevoeiro, assim como no escuro tambem !!
beijo
Work work work e maus humores. Conecção sem interesses.
E o relógio a bater e a dizer que nos flata pouco tempo...para tudo.
Obrigado de novo e beijos.
Lugar que remete-me a histórias...essas que eu pude ter o privilégio de escutar.
Lindo texto.Linda lembrança.
Bom final de semana!!!
Beijo!
Infelizmente sou feito de primaveras e brincadeira de pequenos seres humanos, nunca soube bem o que era trabalho mas sempre que há tento evita-lo, preguiça para o que não se gosta, simplesmente não o que quero.
O trabalho para mim seria a minha diversão e nada mais que isso. A criatividade as vezes custa a sair mas se não sair é porque o meu tempo acabou...
Devias de olhar em volta pois o poço que pode estar parado pode estar a ser observado sem sequer ser notado ^^
bj*
Roendo uma laranja na falésia
Olhando o mundo azul à minha frente,
Ouvindo um rouxinol nas redondezas,
No calmo improviso do poente
Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como prata
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
A lua já desceu sobre esta paz
E reina sobre todo este luzeiro
Á volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no brazeiro
Ao longe a cidadela de um navio
Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do destino
Devolve-me à lembrança do Alentejo
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
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