As gotas batem à janela da casa encantada. A montanha fá-la sonhar ser chalé, o céu que se abre em fios dourados de luz depressa se embacia de vapor de água. O verde decora por baixo do azul e por cima do castanho e o cheiro inconfundível dos pinheiros não engana o narizinho vermelho do primeiro arrepio de final de verão. Uma chuva tímida lambe os vidros e concedem-lhes um padrão irregularmente circular.
O forno ligado cheira a todos os assados, bolos, cupcakes e biscoitos que já ali viveram. Desta vez alberga shepherd´s pie com noz moscada e roscas de manteiga no topo. Os pratos negros enfeitam a mesa e os copos altos de balão ajudam o espírito a aligeirar pensamentos menos felizes. A manta nos joelhos e as mangas do casaco de malha que tapam metade da mão e o silêncio frio dos animais que se encolhem lá fora em busca do último sopro de calor do dia. Os pés enroscam-se e os lábios prendem-se...
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