domingo, agosto 26, 2007


Parti. A viagem foi longa, a princesa de olhos de musgo acompanhava-me. Cheguei à casa, aquela que chamo de casa. Os rostos familiares do amor incondicional e altruísmo espantado. Foram nove dias, nove longos, ligeiros e sugados dias. Já lá vão 12 anos, eu era ainda uma pequena amostra do que quer que fosse, mesmo assim, os laços criaram-se. Às vezes esqueço-me de estar em casa, esqueço-me como é bom poder, ainda, voltar ao colo da mãe e pedir mimo, de como melancólica fico por pensar que vão longe os tempos em que adormecia a enrolar a fralda, ou mesmo, os tempos em que a princesa olhos de musgo me cabia nos braços. Deixem para trás uma fada, um Topsius e o sapo que só o é quando eu estou a ver, o príncipe esconde-se.
As saudades são eternas e nunca me deixam, senti-me só, mas isso não é novidade. O mano foi-me buscar, reportou-me para os tempos dos caracoís ruivos do Luís e do ursinho das músicas de Natal, o meu primeiro inglês embrulhado. Os humores espontâneos e os sorrisos sinceros e o pôr-do-sol de fogo de passadeira vermelha para a Lua.
Lisboa, a minha menina de sete cores, sete colinas, sete vidas e sabores. Chovia, estava frio e estava, de novo, sozinha. Mas desta vez, comigo. "O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão, o tempo é nosso inimigo, o tempo é nossa invenção", tenho medo que na escuridão não sejas tu, mas sim eu, parece que não existimos os dois, juntos não, separados talvez. O futuro? Dou-o a quem o fez. Voltei, Lisboa sabe bem.

Post Scriptum - Era assim que se chamava o vinho...

4 comentários:

Kátia disse...

Ô minha menina de sete cores,sete sabores e sete vidas!Que post bonito.Gosto quando nos conta suas aventuras em sete estrelas.:)
Por isto e muito mais que deixei algo pra ti lá no meu bloguinho.
Beijo!!!

Bárbara V Brito disse...

as saudades paertao, mas isso so significa uma coisa, amor, amor por esta bela cidade que tantos nos encanta e destrai, com elas falamos do passado enquanto preparamos um futuro. esta cidade limpate as lagrimas com belos sorrisos e gargalhadas, e com ela tens a tua fada, o teu topsius o teu sapo e a tua menina de olhos de musgo, que sera sempre a tua menina.
bem vinda a este pedaço de terra magica, onde voas e encantas.

João Morgado disse...

Às vezes é bom afastarmo-nos de nós próprios. O quotidiano acaba por saturar, mas sem ele não podemos viver. Porque se existe uma rotina, se existe um dia-à-dia, é porque ele sabe bem.

Sê bem-vinda. Cidade velha, cheiro familiar e novas aventuras. Futuro? Pertence a quem o sonha.

Tu

**

eduardo jai disse...

bem binda de bolta.

:)