Parti. A viagem foi longa, a princesa de olhos de musgo acompanhava-me. Cheguei à casa, aquela que chamo de casa. Os rostos familiares do amor incondicional e altruísmo espantado. Foram nove dias, nove longos, ligeiros e sugados dias. Já lá vão 12 anos, eu era ainda uma pequena amostra do que quer que fosse, mesmo assim, os laços criaram-se. Às vezes esqueço-me de estar em casa, esqueço-me como é bom poder, ainda, voltar ao colo da mãe e pedir mimo, de como melancólica fico por pensar que vão longe os tempos em que adormecia a enrolar a fralda, ou mesmo, os tempos em que a princesa olhos de musgo me cabia nos braços. Deixem para trás uma fada, um Topsius e o sapo que só o é quando eu estou a ver, o príncipe esconde-se.
As saudades são eternas e nunca me deixam, senti-me só, mas isso não é novidade. O mano foi-me buscar, reportou-me para os tempos dos caracoís ruivos do Luís e do ursinho das músicas de Natal, o meu primeiro inglês embrulhado. Os humores espontâneos e os sorrisos sinceros e o pôr-do-sol de fogo de passadeira vermelha para a Lua.
Lisboa, a minha menina de sete cores, sete colinas, sete vidas e sabores. Chovia, estava frio e estava, de novo, sozinha. Mas desta vez, comigo. "O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão, o tempo é nosso inimigo, o tempo é nossa invenção", tenho medo que na escuridão não sejas tu, mas sim eu, parece que não existimos os dois, juntos não, separados talvez. O futuro? Dou-o a quem o fez. Voltei, Lisboa sabe bem.
Post Scriptum - Era assim que se chamava o vinho...
4 comentários:
Ô minha menina de sete cores,sete sabores e sete vidas!Que post bonito.Gosto quando nos conta suas aventuras em sete estrelas.:)
Por isto e muito mais que deixei algo pra ti lá no meu bloguinho.
Beijo!!!
as saudades paertao, mas isso so significa uma coisa, amor, amor por esta bela cidade que tantos nos encanta e destrai, com elas falamos do passado enquanto preparamos um futuro. esta cidade limpate as lagrimas com belos sorrisos e gargalhadas, e com ela tens a tua fada, o teu topsius o teu sapo e a tua menina de olhos de musgo, que sera sempre a tua menina.
bem vinda a este pedaço de terra magica, onde voas e encantas.
Às vezes é bom afastarmo-nos de nós próprios. O quotidiano acaba por saturar, mas sem ele não podemos viver. Porque se existe uma rotina, se existe um dia-à-dia, é porque ele sabe bem.
Sê bem-vinda. Cidade velha, cheiro familiar e novas aventuras. Futuro? Pertence a quem o sonha.
Tu
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bem binda de bolta.
:)
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