segunda-feira, setembro 17, 2007


Dois meses, quatro dias e algumas horas depois chegaram ao fim aquilo a que insistimos chamar de férias. Foram curtas, passaram à velocidade da luz e esconderam noites e dias de pura selva urbana e não só. Desde as noites no palacete do meu carissímo Topsius para os lados de Queluz a ver filmes independentes com efeitos borboleta e pulp fictions à mistura, às noitadas de sueca, amendoins, panachés, bonecos-de-neve, guitarras, concertos de Jorge Palma a tarde e a más horas, chocolates quentes enebriantes nas falésias do Guincho, grutas emergidas na escuridão de Sintra, teatro de improviso e luso-italianos que comem elásticos.O norte e a sua simplicidade assustadoramente silenciosa. O Algarve na sua azáfama estrangeira e a minha sossegada Lagos com crepes de mel e viagens de barco até praias escondidas e mergulhos em àguas cuja cor se condundia com os meus olhos, a pele salgada e dourada do sol quase marroquino e as noites pecaminosamente luxuriantes. Os long drinks, os breezers, a piscina, o bairro e o traçado branco, a máquina fotográfica e a rua do Meskal com os seus jambés e tocadores de citara. As longas manhãs da planicie alentejana, a cama enfeitiçada que não me deixava levantar, a cidade em tempos árabe banhada pelo Guadiana, as noites do Lancelote e Alsafira, do Pomarão no fim da estrada e do enxofre sangrento, da mina e dos cavalos e dos pôr-do-sois ainda mais dourados da planicie trigueira. Acusem-me agora aqueles que dizem que sou ingrata, que me queixo da brevidade de dois meses enquanto alguns tiveram direito a uns fugidos cinco dias, confesso-me culpada e totalmente esbanjadora. Porque adorei cada nanosegundo, porque me embebedei de amizades longas e seduzidas, de gargalhadas valentes e sorrisos genuínos. Porque acabaram no auge com um sorriso tibetano do Sr. Dalai Lama ao vivo e porque é sempre bom voltar às "origens" e sugar até mais não este último ano de puro deleite estudantil naquela a que gosto de chamar a minha segunda casa. Esperanos mais um ano de cutucanços my dear João, o mestre Paulo não estará mas estaremos nós para nos lembrarmos de como é ser "chouriço".
Saudosismo, sou portuguesa, sim.

5 comentários:

AmSilva® disse...

xiça porra, dois meses???
ja faz anos, tantos anos que não sei o que são dois meses de chamadas ferias, mas mesmo assim agradeço a mim o poder tirar umas miseras 3 semanas no chamado verão, mais aquela apetecida e já esperada 1/2 pela epoca comercial do fim do ano, e claro o privilegio de tirar mensalmente 4 dias fora os fins de semana.. isso ainda é luxo..

bem vinda de novo á guerra, e boas cabeçadas nas mesas de estudo

Anónimo disse...

AHHHH...sempre foi ver o Dalai Lama!...
O auge das férias não?

o vinho branco está à espera, e um café, porque não?..lol..

**

eduardo jai disse...

boas férias das férias até outras férias 'feriarem'

Bárbara V Brito disse...

como foram breves esses teus dois meses, breves pois foram vividos com ansia e alegria, passeos pela linha que tanto nos agrada, passeio pelo passado e mundo magico que é a nossa linda e pura serra.
conheceste um pouco mais da tua terra, recordaste o passado da tua tua historia e fizeste novas historias para recordar.
luso-italiano, algo sempre nos fascinou, apesar dos seus nocturnos elasticos.
descnasa o corpo e cultiva a cabeça, daqui a nove meses novas historias teras para contgar, quem sabe se em vez de viajares de norte para sul, vais ver a terra n sol nascente e tambem a terra onde ele descansa.

beijos meu anjo, muito obrigada por poder fazer parte dessa tua nova historia.

Kátia disse...

Férias longuíssimas! É tenho mesmo que me mudar...
Que bom que foram boas.