sexta-feira, outubro 17, 2008




O universo tem ideias bastante interessantes acerca do equilíbrio. Não falo do físico, porque todos sabemos que uma maçã pode ou não flutuar, depende é por quanto tempo e a força com que se atira, e claro, em quem vai bater. Mas a massa encefálica cinzentinho nublado não se cansa de achar o pequeno músculo irrequieto vermelho incerto no que toca a questões de Newton. Não se trata de uma inconstância ou dúvidas emocionais, não, de todo, trata-se sim, da maneira esquisita de como se consegue o fabuloso, genial, cruel, ardiloso e sufocante equilíbrio do cosmos. É-nos dada uma prenda que já não recebíamos há muito, deleitamo-nos com ela até à última rapadela e depois ela acaba, sentimo-nos absolutamente saciados e ousamos pensar "It doenst get much better than this, does it?". Um fim-de-semana memorável seguido por duas semanas de breu no código de vestuário. Primeiro comigo, depois com a minha querida M. Pensamos na velha questão do copo estar meio cheio ou meio vazio. Tivémos um fim-de-semana digno de nirvana de modo a compensar o que viria no seguimento do mesmo ou por termos uns dias divinais algo de mau aconteceu para equilibrar a balança. De qualquer das suposições convenhamos que está extremamente mal distribuído e se houvesse realmente um advogado do Diabo eu contratá-lo-ia para perceber algumas questões "jurídicas" relativas ao nosso querido Deus. Mas como acho que adormecia sempre na parte dos desígnios de Deus na igreja, saltei essa parte importantíssima (por sinal) dos ensinamentos da nossa adorada, imparcial e altamente justa Igreja. Prefiro pensar que é impossível controlarmos linhas de vida, senão para quê existirem as três Parcas não é? Tem da haver algo ou alguém que nos teça o fio da vida, decida o seu comprimento e o corte. Interessante ver fios lindíssimos tão curtos que não podemos contemplar a sua beleza na totalidade. Mas, citando a frase de mais sensibilidade e apego que ouvi ao longo de todo este belíssimo processo a que se chama de "luto" e recorrendo à nossa mais fiel e verdadeira língua, o calão, recordo o "toca a todos!". É de fazer chorar as pedras da calçada esta frase digna de alguém com o equivalente emocional de uma colher de café. Não há qualquer tipo de preparação para se lidar com a falta de alguém, esperada ou não, podemos sempre contar com "the gods may throw the dice, their minds as cold as ice".






Post Scriptum - Extravaso momentâneo de incapacidade de cognição a nível cósmico.

3 comentários:

Kátia disse...

Chorar faz bem.Porém descobri recentemente que sorrir é bem melhor.
Beijo!

Maria disse...

Compreendo que sempre fizeste parte de mim. Este sempre é nosso. E será. Sempre.

MCLL disse...

chorar por vezes é sempre o melhor remédio...quanto a "alguém" que nos teça a nossa linha linha de vida.... não sei....