terça-feira, janeiro 13, 2009





Às vezes chateia-me estes enredos que nos envolvem e forçam a analisar a nossa existência. O cinema é causador de fenómenos, tem o poder de atenuar ou enfatizar o que se passa nas alminhas, mesmo as mais protegidas. Eu acho que é uma grande máquina, imagino as grandes bobines, as ideias geniais que fizeram grandes momentos cinematográficos e questiono, que fundo de verdade terão alguns argumentos. Não estou a pôr em causa a sua essência, esforço-me é para perceber se aqueles sentimentos que capturam com a câmara toda xpto existem mesmo. Onde raio encontram eles um amor assim? capaz de entrar em prédios em chamas, nadar até ao fundo do oceano, admitir que se ama sem medos, aqueles beijos arrebatadores, os olhares longos e profundos. Gosto do cinema. Lembro-me sempre das pipocas com sabor a manga que faziam em Odivelas. Eu e o Marcelo éramos regulares naquela sala, quase sempre tinhamo-la só para nós. Lembro-me de perceber que amar era algo muito importante mesmo, que era não um sentimento, mas o sentimento. Pelo menos é o que nos fazem crer estas histórias mirabolantes não é?...a ingenuidade rende milhões, a minha rendeu e rende. É-me tão complicado verter gotinhas de água que quando um filme o faz é porque perturbou o meu lago de águas frias, quase geladas.
Não me acho uma crente no amor, nunca achei. A menos que a fase da Pequena Sereia conte...
Gostava de poder dizer que mereço e quero um amor assim, mas eu escolhi outra profissão, não a de ser actriz. Acho que se o "verdadeiro amor" ( ou como lhe chamam) nunca aparecer então terei de o esgotar em ti não é?...porque te amo incondicionalmente...mas isso já eu faço. Mas eu falo daquele gajo, o do cavalo, ou o do smoking, ou o da bata branca, ou o do chapéu de cowboy...aquele que faria da minha vida um filme, algo tão arrebatador que eu nem espaço para dúvidas tivesse. Mas olha para mim a escrevinhar tanta babuseira, tanta lamechisse daquela que não se tem a certeza se é boa. Eu uno os pontos, eu traço a linha, eu deleito-me nos alpes do roca de fiar e continuo a adorar lembrar-me como chorei a ver o Vale Encantado, como me assustei a ver a Bela e o Monstro, como me ri com o Rei Leão. E mesmo que o Moulin Rouge seja uma história tão inventada como as de Shakespeare, eu aprecio-a por isso, por ser uma história tão bem contada. Se me fez gastar 7 caixas de clinex é bom que o seja...
No fundo, no fundo, o que eu sempre quis ser foi mesmo um elfo, por isso...enjoy...




3 comentários:

T.E. disse...

olha olha que ainda te digo mais. Comédias românticas de domingo à tarde. Não posso nem pensar. É que se me sento a ver aquilo, nunca mais me levanto. até choro. como é que é possível, pergunto-me eu...

Vanessa Lourenço disse...

Às vezes tenho a mania de responder aos comments, outras não, mas cá vai disto:

Tiago Henrique, essas comnédias são um perigo, é que têm histórias engraçadas e geralmente um final feliz, o que só ajuda ao "sonho". Clinex?...anytime...haha...um beijo*

Maria disse...

E eu ser actriz? Hein? Uma batinha branca, uma cowgirl versão "macho-méne". É desnecessário estar a arranjar soluções para algo que não é nem nunca será um problema.

Feliz já tu és. De tantas formas. Tantas, tantas, tantas. E não te esqueças de uma coisa muito importante: somos tão pequeninas ainda.

E sonhei contigo, outra vez. :)