domingo, maio 17, 2009





A efemeridade das coisas é, verdadeiramente, assustadora. Folheio este caderno como se se tratasse de uma "impressão" recente. Completa, este ano, o quinto de existência nestas mãos irrequietas.
É aterrador pensar, recordar, que o passado aqui cravejado, já foi, o meu presente, e era tão intenso. Acho que me apaixonei mil e uma vezes, algumas pelas mesmas pessoas e sim, existências há que tatuadas me estão. Quanfo me atrevo a separar o cetim bourdeaux da capa e da contracapa é como se a cena se repetisse vezes sem fim, little miss V., sentada à beira de um lago absolutamente calmo, cristalino e silencioso. A neblina paira sobre as águas "dormentes" deste lago, o horizonte é desfocado, mas não confuso. Quando folheio estas páginas é como se pusesse nas mãos da menina de olho claro uma mão cheia de pedras e pedrinhas. Manda-se uma, a água mexe, duas, a água respira, três, o ruído invade o silêncio quase sagrado. Quatro, cinco, seis, sete pedras depois...formam-se ondas, levantam-se ventos, revoltam-se águas adormecidas e... E a ânsia assusta, as mãos precipitam-se para fechar o cofre de memórias que um dia não o foram. Tenho um receio enorme de chamar passado ao presente, e não sei se quero saber do futuro se para isso tenho de abdicar de alguns "presentes". Simplesmente, porque tudo é, inevitávelmente, efémero...



Post Scriptum - Mind scraps of the notebook.

2 comentários:

Maria disse...

Já fazes parte dos meus molekines há bastante. Mas, principalmente, de mim.

Indivisível, indissociável..

Temos chocolates quentes, chás, jantares, Santos! (sim, eu vou poder ir com algum esforço :DDDD - reunião do gang ^^), acampamento, skates (ainda não me esqueci, pááá), extreme sports mentais (o dia-a-dia rotineiro dos génios de parvoíce congénita XD)... Temos o que quiseres e mais, o que mereces, o que merecemos... abraçadas por aqueles que nos fazem sentir que um abraço é a nossa casa.


Ser livre. Sempre. Mas de mãos dadas. :)

Ósculos amplexos e imensos e pleonasmos, cara V. Lourenço da M. Rocha.

É sempre tão pouco... e é saber que há sempre coisas boas por nascer.

Até já, meu bem. ***

Bárbara V Brito disse...

Livro Bourdeaux, estava contigo quando este nao passava de um simples caderno. Deixou de ser caderno, agora é um marco da história, a tua história, onde personagens respiraram e sorriram, onde pessoas ganharam vida, onde o impossivel foi vivido.
O futuro amanhã será presente e depois de amanhã será passado, não te preocupes com isso o relogio serve para isso mesmo, para continuar com a vida, e enquanto a vida continua as linhas do livro das memórias será escrito por linhas de pensamento que seram pintadas pelas ideias e sonhos realizados. Não tenhas medo do futuro, mas sim de um passado nao vivido.