O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto o tempo tempo tem...
Tempo 1: As almas cruzem-se. Conhecem-se numa missão artistíco-informativa partilhada ao longo de três anos.
Tempo 2: As almas passam a ser mais que meros desconhecidos, colegas, não, isso não, mais, muito mais, cada vez mais.
Tempo 3: As almas já não querem saber de um mundo em que a outra não o partilhe.
Tempo 4: Novas almas preenchem o espaço envolvente. Tempos felizes, tão felizes, ingénuos, intocados, puros.
Tempo 5: Esmorece, esbate, desgasta, almas sofredoras de atrito, a capacidade e vontade de superar e o sentimento de que tudo foi em vão.
Tempo 6: Passam 3 anos, passam dores, sorrisos e manias, pânicos e fobias, mas o papão permanece.
Tempo 7: O loop, dá-se o "desmame", a realização de que nada há a fazer.
Parecem actos de uma peça longa, com princípio, meio e fim. Não me apetece tocar no assunto directamente, por isso muno-me de metáforas linguísticas e imagéticas, para expressar, à minha maneira, o que se vai passando. Mais uma alma perdida, mais uma que sai das fotografias mentais do futuro e passa a ser mais uma sombra que passa de vez em quando, mas como é uma sombra, não se vê mais que a parede por trás ou o chão por baixo...nada mais...não deixa marca, não toca, não sente, não faz sentir. Há golpes maiores que os outros, piores são quando são um ângulo de 180º abrupto e espinhoso. Tantas palavras deitadas por terra, tantos sorrisos a serem guardados num cofre, memórias são e serão, não mais passarão disso. Hão-de se perder por entre pequenos grãos de areia e só terão um grão no fundo da ampulheta que lembre a sua existência.
Post Scriptum - Esta doeu...mas não é nada que não se aguente...ficamos cá nós para mais uma volta na roda, a ver passar eternos meros grãos de areia...
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