Lembro-me que a água estava fria, não gelada, mas fria. Estava ali sossegada na minha casa escura e hermeticamente fechada e vi uma luz. Uma luz tão forte que pensei (sim, porque as pastilhas pensam!) que era agora que ia finalmente efervescer. Saí desta cápsula imaginária, senti o meu corpo a perturbar a água, que estava calma e cristalina. Agora parecia o Vesúvio, eram bolhas por todo o lado. A água tomava a cor laranja, eu desfazia-me aos poucos, como que numa morte lenta e desejada. Foi lindo, parecia um festival de dança, o ar dançava até à superfície em espirais perfeitas. Não fosse alguém e a sua pressa terem bebido a água toda, e eu não havia definhado só e desfigurada no fundo do copo de vidro azul.
By La Japonaise in aula de expressão a encarnar uma pastilha efervescente
By La Japonaise in aula de expressão a encarnar uma pastilha efervescente
3 comentários:
Isto parece aqueles teus textos que saem assim por volta da madrugada.
Parece estranho, mas faz sentido todo aquele definhar.
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Bel�ssima descri�o e associa�o com a vossa pessoa.
Inteligente,como eu j� sei.
Bom final de semana!
o chato é que não te deixaram desfazer até ao fim!! ;)
beijo
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