É um passo, são dois, são três...são menos ou mais, dificeis de contar, estranhos de perceber. Nunca se sabe ao certo quando começa; as coisas acontecem, gosta-se, vicia-se, quer-se, intensifica-se, ninguém parece querer falar, ninguém parece querer dizer o que está a latejar cá dentro, porquê? Medo?...De quê? Não sei, procuro, vasculho, rasgo, mordo mas não encontro. Um pensamento, vários até, rasgos de momentos que passaram, momentos que questionamos se existiram mesmo, senão foram fruto de uma ilusão demasiado bem concebida, uma mente maquiavélicamente inteligente e perspicaz para um coração que precisa de algo...mas não, não é, existiu, existe, não é por não dizermos o seu nome que ela deixa de estar lá. Sabemos que por muitos caminhos que escolhamos no labirinto, o mesmo só tem uma saída. Podemos fingir ser ratos de laboratório e vasculhar cada canto em busca da pequena réstia do cheiro do queijo, podemos ser japoneses inteligentes que sobem o muro e fazem da batota a vitória, podemos ser simplesmente nós, indefesos e "plantados" neste labirinto imenso, sem rumo nem futuro, nada pendente, até que algo, alguém, estende a mão e do outro lado da cerca de ervas cortantes e densas sentes a mesma temperatura que a tua, o mesmo toque rugoso de uma pele endurecida pelo tacto, a mesma respiração, o mesmo olhar, o mesmo batimento...há uma bifurcação lá à frente, damos as mãos e arranhamo-nos até lá na certeza de não nos perdermos um do outro ou esperamos pela bifurcação onde nos veremos sem sebes? Metáforas, foi alguém com imensa astúcia para fugir ao óbvio que as inventou, devia ser inteligente, interessante...gostava de o ter conhecido, ou a conhecido...gostava de...de...